sábado, 28 de setembro de 2013

PARA AULA DE ESTÉTICA - FILOSOFIA

CRIATIVIDADE


Criar: dar existência, tirar do nada, dar orígem, gerar...
Criador: inventivo, quem cria, inventor
Criatividade: qualidade do criador

A criatividade pressupõe um sujeito criador, isto é uma pessoa inventiva, que produz e dá existência a algum produto que não existia antes. 
Imaginar é também  uma forma de criar, portanto esse processo inventivo, pode ser também uma ideia, imagem ou teoria e não apenas  um objeto palpável. Não está confinada no papel das artes, mas da ciência  e da vida como um todo.
antes da criação é preciso imaginação e inspiração. Momento em que  a imaginação é acionada para propor todas as possibilidades.
A Criatividade pode ser desenvolvida ou reprimida. O Desenvolvimento acontece quando a família, a escola, os amigos, o lazer oferecem condições para o pleno exercício exploratório do pensamento de divergente, incentivando o uso da imaginação. A Repressão, por sua ve, acontece quando essas  condições não são oferecidas e além disso, enfatizando o medo de assumir riscos e ficar no terreno seguro, já conhecido.
Assim, a criatividade não é um dom, que uns tem e outros não, é uma capacidade que todos nós podemos desenvolver, se nos dispusermos a praticar alguns tipos de comportamentos específicos.

ESTÉTICA

A palavra estética vem do grego ou aisthésis: percepção, sensação, faculdade de sentir, é um ramo da filosofia que tem  por objetivo o estudo da natureza do belo e os fundamentos da arte. Estuda aquilo que é considerado belo, produto das emoções. A Estética é conhecida como filosofia da ARTE, voltada para as teorias, criação e percepção artísticas.
A ideia de beleza  tem sido discutida desde a Antiguidade com Pitágoras e seus seguidores no século 6 a. C.  A Matemática está  por trás de toda beleza e harmonia das coisas.

Beleza, Bom e Verdadeiro - Para  os gregos  verdade, bondade e beleza eram valores  que estão ligados  um ao outro, manifestando-se por meio da harmonia e  equilíbrio.
A inovação surge  geralmente do remanejo do conhecimento existente que revela parentesco ou semelhança entre os  fatos já conhecidos que  não pareciam ter  nada  em comum.
assim, Gutenberg resolveu o problema da impressão ao ver uma prensa de uvas para fabrico de vinho.  aparentemente uvas  e vinho, e de outro nada tinham em comum, e no entanto foi a partir  do procedimento  para fazer vinho que ele pensou em  pressionar  papel  contra  tipos molhados  de tinta. - Isto é inovação adequada  a uma situação. Um Procedimento criativo, quando é novo, adequado  e abrangente. 
O belo e o Feio: a questão de gosto: De Platão ao Classicismo , os filósofos  tentaram fundamentar a objetividade da arte e da beleza. Para Platão, a beleza é a única ideia que resplandece no mundo. Se por um lado el reconhece o caráter sensível do belo, por outro  continua  a afirmar  a sua essência ideal obejtiva. Somos, assim, obrigados a  admitir  a existência do "belo em si " independente  das obras individuais que, na medida do possível, devem  se aproximar desse ideal universal.
O Classicismo vai ainda mais longe, pois  deduz  regras para o fazer artístico a partir  desse belo ideal, fundando a estética normativa. é o objeto que passa a ter  qualidades que o tornam  mais ou menos  agradável, independente do sujeito que as percebe.
Do outro lado da polêmica temos David Hume, que relativizam  a beleza  ao gosto de cada um. aquilo que depende  do gosto  e da opinião  pessoal não pode  se discutido racionalmente, donde  o ditado: " Gosto não se discute". O belo, portanto, não está  mais no objeto, mas  nas condições de recepção do sujeito.
Kant, numa tentativa de superação dessa  dualidade, subjetividade, afirma  que o belo é" aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente". Para ele o objeto belo é uma ocasião de prazer, cuja,  causa reside no sujeito. O princípio do juízo estético, portanto é o sentimento do sujeito  e não o  conceito  do objeto.  No entanto,  não há a possibilidade de universalização desse juízo subjetivo na medida em  que as condições subjetivas  da faculdade  de julgar são as mesmas  em todos  os homens. O Belo portanto,  é uma qualidade que atribuímos aos objetos para exprimir um certo estado da nossa subjetividade.  Sendo assim, não há uma ideia de belo nem pode regras para produzi-lo.  Há objeto belos, modelos exemplares e inimitáveis. 
Hegel, em seguida, introduz o  conceito de história. A beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. E essa mudança (devir), que se reflete na arte, depende mais da cultura e da visão de mundo vigentes do que de uma exigência interna do belo.
Hoje em dia, dentro de uma visão fenomenológica, consideramos o belo como uma qualidade de certos objetos singulares que nos são dados  à percepção. Beleza é, também, a imanência (Diz-se de um ser que se identifica a outro ser.) total de um sentido ao sensível. O objeto é belo porque realiza o seu destino, é autentico, é verdadeiramente segundo o seu modo de ser, isto é, é um objeto singular, sensível, que carrega um significado que só pode ser percebido na experiência estética. Não existe mais a ideia de um único valor estético a partir do qual julgamos todas as obras. Cada objeto singular estabelece seu próprio tipo de beleza.
O problema do feio está implícito nas colocações que são feitas sobre o belo. Por princípio, o feio não pode ser objeto da arte. No entanto, podemos distinguir, de imediato, dois modos de representação do feio: a representação do assunto " feio" tenha sido banido do território artístico durante séculos (pelos menos desde a antiguidade grega até a época medieval), é no século XIX que eles vem a ser reabilitado, no momento em que a arte rompe com a ideia de ser " copia do real " e passa a ser considerada criação autônoma que tem por função revelar as possibilidades do real, ela passa a ser avaliada de acordo com a autenticidade da sua proposta e com sua  capacidade de falar ao sentimento. O problema do belo e do feio é deslocado do assunto para o modo de representação. e só haverá obras feias na medida em  que forem mal feitas, isto é, que não correspondem a plenamente a sua proposta. Em outras palavras, quando houver uma obra feia- neste último sentido-,não haverá uma obra de arte. 

AGORA RESPONDA:

1- Quais são os significados da palavra ESTÉTCA no uso comum, na arte e na filosofia? E o significado etimológico?
2-  Por que a estética está ligada à arte?
3-Explque : a beleza é um valor objetivo.
4- Explique : a beleza é um valor subjetivo.
5- Como Kant supera a dualidade objetivo-subjetivo?
6-Qual é a importância do conceito de História introduzido por Hegel?
7-Como se coloca o problema do belo do ponto de vista da fenomenologia?
8-Como pode ser representado o feio?
9-Por que não há obra de arte quando o modo de representação é feia?
10-O que é ter gosto? Explique.
A suposta existência. 
Carlos Drummond de Andrade

Como é o lugar
quando ninguém passa por ele?
Existem as coisas
sem ser vistas?

O interior do apartamento desabitado,
a pinça esquecida na gaveta,
os eucaliptos à noite no caminho
três vezes deserto,
a formiga sob a terra no domingo,
os mortos, um minuto
depois de sepultados,
nós, sozinhos
no quarto sem espelho?

Que fazem, que são
as coisas não testadas como coisas,
minerais não descobertos - e algum dia
o serão?

Estrela não pensada,
palavra rascunhada no papel
que nunca ninguém leu?
Existe, existe o mundo
apenas pelo olhar
que o cria e lhe confere
espacialidade?

Concretitude das coisas: falácia
de olho enganador, ouvido falso,
mão que brinca de pegar o não
e pegando-o concede-lhe
a ilusão de forma
e, ilusão maior, a de sentido?

Ou tudo vige
planturosamente, à revelia
de nossa judicial inquirição
e esta apenas existe consentida
pelos elementos inquiridos?
Será tudo talvez hipermercado
de possíveis e impossíveis possibilíssimos
que geram minha fantasia de consciência
enquanto
exercito a mentira de passear
mas passeado sou pelo passeio,
que é o sumo real, a divertir-se
com esta bruma-sonho de sentir-me
e fruir peripécias de passagem?

Eis se delineia
espantosa batalha
entre o ser inventado
e o mundo inventor.
Sou ficção rebelada
contra a mente universa
e tento construir-me
de novo a cada instante, a cada cólica,
na faina de traçar
meu início só meu
e distender um arco de vontade
para cobrir todo o depósito
de circunstantes coisas soberanas.

A guerra sem mercê, indefinida
prossegue,
feita de negação, armas de dúvida,
táticas a se voltarem contra mim,
teima interrogante de saber
se existe o inimigo, se existimos
ou somos todos uma hipótese
de luta
ao sol do dia curto em que lutamos.


Fórum na sala de aula: 
E falando em imaginação criatividade, percepção, arte e estética...

Alunos Leia atentamente  o poema de Drummond de Andrade a "Suposta Existência" analise e  discuta com seu colega, o sentido da  pergunta da seguinte frase:

Existe, existe o mundo
apenas pelo olhar
que o cria e lhe confere
espacialidade?


Referência Bibliográfica: 
Texto retirado do livro Filosofando - Introdução à filosofia 
Autoras:  Maria Lucia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins.
Páginas: 378 -381

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