CRIATIVIDADE
Criar: dar existência, tirar do nada, dar orígem, gerar...
Criador: inventivo, quem cria, inventor
Criatividade: qualidade do criador
A criatividade pressupõe um sujeito criador, isto é uma pessoa inventiva, que produz e dá existência a algum produto que não existia antes.
Imaginar é também uma forma de criar, portanto esse processo inventivo, pode ser também uma ideia, imagem ou teoria e não apenas um objeto palpável. Não está confinada no papel das artes, mas da ciência e da vida como um todo.
antes da criação é preciso imaginação e inspiração. Momento em que a imaginação é acionada para propor todas as possibilidades.
A Criatividade pode ser desenvolvida ou reprimida. O Desenvolvimento acontece quando a família, a escola, os amigos, o lazer oferecem condições para o pleno exercício exploratório do pensamento de divergente, incentivando o uso da imaginação. A Repressão, por sua ve, acontece quando essas condições não são oferecidas e além disso, enfatizando o medo de assumir riscos e ficar no terreno seguro, já conhecido.
Assim, a criatividade não é um dom, que uns tem e outros não, é uma capacidade que todos nós podemos desenvolver, se nos dispusermos a praticar alguns tipos de comportamentos específicos.
ESTÉTICA
A palavra estética vem do grego ou aisthésis: percepção, sensação, faculdade de sentir, é um ramo da filosofia que tem por objetivo o estudo da natureza do belo e os fundamentos da arte. Estuda aquilo que é considerado belo, produto das emoções. A Estética é conhecida como filosofia da ARTE, voltada para as teorias, criação e percepção artísticas.
A ideia de beleza tem sido discutida desde a Antiguidade com Pitágoras e seus seguidores no século 6 a. C. A Matemática está por trás de toda beleza e harmonia das coisas.
Beleza, Bom e Verdadeiro - Para os gregos verdade, bondade e beleza eram valores que estão ligados um ao outro, manifestando-se por meio da harmonia e equilíbrio.
A inovação surge geralmente do remanejo do conhecimento existente que revela parentesco ou semelhança entre os fatos já conhecidos que não pareciam ter nada em comum.
assim, Gutenberg resolveu o problema da impressão ao ver uma prensa de uvas para fabrico de vinho. aparentemente uvas e vinho, e de outro nada tinham em comum, e no entanto foi a partir do procedimento para fazer vinho que ele pensou em pressionar papel contra tipos molhados de tinta. - Isto é inovação adequada a uma situação. Um Procedimento criativo, quando é novo, adequado e abrangente.
O belo e o Feio: a questão de gosto: De Platão ao Classicismo , os filósofos tentaram fundamentar a objetividade da arte e da beleza. Para Platão, a beleza é a única ideia que resplandece no mundo. Se por um lado el reconhece o caráter sensível do belo, por outro continua a afirmar a sua essência ideal obejtiva. Somos, assim, obrigados a admitir a existência do "belo em si " independente das obras individuais que, na medida do possível, devem se aproximar desse ideal universal.
O Classicismo vai ainda mais longe, pois deduz regras para o fazer artístico a partir desse belo ideal, fundando a estética normativa. é o objeto que passa a ter qualidades que o tornam mais ou menos agradável, independente do sujeito que as percebe.
Do outro lado da polêmica temos David Hume, que relativizam a beleza ao gosto de cada um. aquilo que depende do gosto e da opinião pessoal não pode se discutido racionalmente, donde o ditado: " Gosto não se discute". O belo, portanto, não está mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito.
Kant, numa tentativa de superação dessa dualidade, subjetividade, afirma que o belo é" aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente". Para ele o objeto belo é uma ocasião de prazer, cuja, causa reside no sujeito. O princípio do juízo estético, portanto é o sentimento do sujeito e não o conceito do objeto. No entanto, não há a possibilidade de universalização desse juízo subjetivo na medida em que as condições subjetivas da faculdade de julgar são as mesmas em todos os homens. O Belo portanto, é uma qualidade que atribuímos aos objetos para exprimir um certo estado da nossa subjetividade. Sendo assim, não há uma ideia de belo nem pode regras para produzi-lo. Há objeto belos, modelos exemplares e inimitáveis.
Hegel, em seguida, introduz o conceito de história. A beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. E essa mudança (devir), que se reflete na arte, depende mais da cultura e da visão de mundo vigentes do que de uma exigência interna do belo.
Hoje em dia, dentro de uma visão fenomenológica, consideramos o belo como uma qualidade de certos objetos singulares que nos são dados à percepção. Beleza é, também, a imanência (Diz-se de um ser que se identifica a outro ser.) total de um sentido ao sensível. O objeto é belo porque realiza o seu destino, é autentico, é verdadeiramente segundo o seu modo de ser, isto é, é um objeto singular, sensível, que carrega um significado que só pode ser percebido na experiência estética. Não existe mais a ideia de um único valor estético a partir do qual julgamos todas as obras. Cada objeto singular estabelece seu próprio tipo de beleza.
O problema do feio está implícito nas colocações que são feitas sobre o belo. Por princípio, o feio não pode ser objeto da arte. No entanto, podemos distinguir, de imediato, dois modos de representação do feio: a representação do assunto " feio" tenha sido banido do território artístico durante séculos (pelos menos desde a antiguidade grega até a época medieval), é no século XIX que eles vem a ser reabilitado, no momento em que a arte rompe com a ideia de ser " copia do real " e passa a ser considerada criação autônoma que tem por função revelar as possibilidades do real, ela passa a ser avaliada de acordo com a autenticidade da sua proposta e com sua capacidade de falar ao sentimento. O problema do belo e do feio é deslocado do assunto para o modo de representação. e só haverá obras feias na medida em que forem mal feitas, isto é, que não correspondem a plenamente a sua proposta. Em outras palavras, quando houver uma obra feia- neste último sentido-,não haverá uma obra de arte.
AGORA RESPONDA:
1- Quais são os significados da palavra ESTÉTCA no uso comum, na arte e na filosofia? E o significado etimológico?
2- Por que a estética está ligada à arte?
3-Explque : a beleza é um valor objetivo.
4- Explique : a beleza é um valor subjetivo.
5- Como Kant supera a dualidade objetivo-subjetivo?
6-Qual é a importância do conceito de História introduzido por Hegel?
7-Como se coloca o problema do belo do ponto de vista da fenomenologia?
8-Como pode ser representado o feio?
9-Por que não há obra de arte quando o modo de representação é feia?
10-O que é ter gosto? Explique.
A suposta existência.
Carlos Drummond de Andrade
Como é o lugar
quando ninguém passa por ele?
Existem as coisas
sem ser vistas?
O interior do apartamento desabitado,
a pinça esquecida na gaveta,
os eucaliptos à noite no caminho
três vezes deserto,
a formiga sob a terra no domingo,
os mortos, um minuto
depois de sepultados,
nós, sozinhos
no quarto sem espelho?
Que fazem, que são
as coisas não testadas como coisas,
minerais não descobertos - e algum dia
o serão?
Estrela não pensada,
palavra rascunhada no papel
que nunca ninguém leu?
Existe, existe o mundo
apenas pelo olhar
que o cria e lhe confere
espacialidade?
Concretitude das coisas: falácia
de olho enganador, ouvido falso,
mão que brinca de pegar o não
e pegando-o concede-lhe
a ilusão de forma
e, ilusão maior, a de sentido?
Ou tudo vige
planturosamente, à revelia
de nossa judicial inquirição
e esta apenas existe consentida
pelos elementos inquiridos?
Será tudo talvez hipermercado
de possíveis e impossíveis possibilíssimos
que geram minha fantasia de consciência
enquanto
exercito a mentira de passear
mas passeado sou pelo passeio,
que é o sumo real, a divertir-se
com esta bruma-sonho de sentir-me
e fruir peripécias de passagem?
Eis se delineia
espantosa batalha
entre o ser inventado
e o mundo inventor.
Sou ficção rebelada
contra a mente universa
e tento construir-me
de novo a cada instante, a cada cólica,
na faina de traçar
meu início só meu
e distender um arco de vontade
para cobrir todo o depósito
de circunstantes coisas soberanas.
A guerra sem mercê, indefinida
prossegue,
feita de negação, armas de dúvida,
táticas a se voltarem contra mim,
teima interrogante de saber
se existe o inimigo, se existimos
ou somos todos uma hipótese
de luta
ao sol do dia curto em que lutamos.
quando ninguém passa por ele?
Existem as coisas
sem ser vistas?
O interior do apartamento desabitado,
a pinça esquecida na gaveta,
os eucaliptos à noite no caminho
três vezes deserto,
a formiga sob a terra no domingo,
os mortos, um minuto
depois de sepultados,
nós, sozinhos
no quarto sem espelho?
Que fazem, que são
as coisas não testadas como coisas,
minerais não descobertos - e algum dia
o serão?
Estrela não pensada,
palavra rascunhada no papel
que nunca ninguém leu?
Existe, existe o mundo
apenas pelo olhar
que o cria e lhe confere
espacialidade?
Concretitude das coisas: falácia
de olho enganador, ouvido falso,
mão que brinca de pegar o não
e pegando-o concede-lhe
a ilusão de forma
e, ilusão maior, a de sentido?
Ou tudo vige
planturosamente, à revelia
de nossa judicial inquirição
e esta apenas existe consentida
pelos elementos inquiridos?
Será tudo talvez hipermercado
de possíveis e impossíveis possibilíssimos
que geram minha fantasia de consciência
enquanto
exercito a mentira de passear
mas passeado sou pelo passeio,
que é o sumo real, a divertir-se
com esta bruma-sonho de sentir-me
e fruir peripécias de passagem?
Eis se delineia
espantosa batalha
entre o ser inventado
e o mundo inventor.
Sou ficção rebelada
contra a mente universa
e tento construir-me
de novo a cada instante, a cada cólica,
na faina de traçar
meu início só meu
e distender um arco de vontade
para cobrir todo o depósito
de circunstantes coisas soberanas.
A guerra sem mercê, indefinida
prossegue,
feita de negação, armas de dúvida,
táticas a se voltarem contra mim,
teima interrogante de saber
se existe o inimigo, se existimos
ou somos todos uma hipótese
de luta
ao sol do dia curto em que lutamos.
Fórum na sala de aula:
E falando em imaginação criatividade, percepção, arte e estética...
E falando em imaginação criatividade, percepção, arte e estética...
Alunos Leia atentamente o poema de Drummond de Andrade a "Suposta Existência" analise e discuta com seu colega, o sentido da pergunta da seguinte frase:
Existe, existe o mundo
apenas pelo olhar
que o cria e lhe confere
espacialidade?
Referência Bibliográfica:
Texto retirado do livro Filosofando - Introdução à filosofia
Autoras: Maria Lucia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins.
Páginas: 378 -381
Obrigado pelas informações sobre expansão da estética no Brasil.
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